Crenças
No blog Renascer aos 40 depararei-me com a imagem de um pássaro negro e um dizer que me provocaram de imediato uma sensação perturbadora: http://renasceraos40.blogs.sapo.pt/o-forte-1178390
Primeiro, é conveniente esclarecer que sempre tive algum receio/medo de aves, com excepção dos pardais, canários, periquitos, e das andorinhas.
Ora bem, a meu ver, a foto não fovoreceu muito o bicharoco, talvez de outro ângulo eu até o pudesse achar "fofinho".... Não é o caso, eu vejo a imagem de um pássaro negro intimidador, com uns olhos e um bico assustadores, num fundo escuro. E não estou a brincar, por muito ridículo que tudo isto possa parecer.
Depois o seguinte dizer:
"O forte chora...
O forte entristece...
O forte esmorece e às vezes desfalece...
Mas uma coisa é certa: O forte não desiste"
Estas palavras associadas à imagem do pássaro tocaram e estremeceram o íntimo do meu ser.
Desde criança que a crença de que tenho de ser forte me acompanha. E os fortes não choram, não mostram tristeza, nem fraqueza. Então desistir estava, e continua a estar, completamente fora de questão.
É engraçado verificar que sempre fui tão benevolente em relação aos outros, mas tão exigente comigo. Não me permitia chorar (nem quando estava sozinha), mostrar tristeza ou fraqueza. E quando não conseguia todo esse autocontrolo, sentia uma grande revolta e um sentimento de fracasso.
Hoje, estou a pagar pela minha crença. Já não consigo controlar as lágrimas, já deixei de conseguir esconder a tristreza, e sinto uma vergonha enorme, por me sentir frágil... Só me resta a persistência: apesar das forças, neste momento, serem poucas considero-me forte, muito forte mesmo, e não desisto. Até posso sentir que "rastejo" mas não desisto. É uma questão de sobrevivência.
Agora sei que chorar, ficar triste, e mostrar fragilidade não faz de mim uma pessoa fraca.... mas a crença continua cá dentro! Válida só para mim...
Obrigada à menina do Blog Renascer aos 40, pelo seu post.